Tema interessantíssimo essa semana e que muitas mamães têm dúvidas e ansiedade a respeito. Vamos saber da Psicóloga Marianna Menezes como conduzir o período do desfralde?
"Olá, caríssimas leitoras, hoje
vamos falar sobre um tema que é interesse para 10 entre 10 mães: O desfralde do
seu filho. Muitas questões devem estar perpassando suas cabeças agora: Qual a
idade correta de acontecer? Como posso explicar a meu filho? E se mesmo depois
da conversa ele fizer xixi ou cocô na roupa? Posso usar penico? A técnica muda
se for menino ou menina? E tantas outras perguntas que costumam aparecer nesse
período de importante transição. Vamos tentar responder a cada uma dessas
questões e, como sempre, coloco-me a disposição para qualquer esclarecimento
adicional pelos meus contatos, que estarão colocados ao fim da matéria, ok?
Antes de tudo, importante
saber que existem fases do desenvolvimento humano, e que um teórico, chamado
Piaget, possui uma classificação ainda hoje bastante estudada e aplicada por
profissionais do mundo inteiro. Na infância, há a categorização em 4 “estágios”
(nomenclatura utilizada pela teoria piagetiana):
Ainda consoante um outro teórico
bastante importante na seara psicológica, Erik Erickson, que sustenta uma Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, este ocorre
em oito estágios - que irão contribui para a formação da personalidade do
indivíduo – havendo em cada estágio uma “crise”, que será a responsável pela
ocorrência desse desenvolvimento. Abaixo segue um quadro com as fases iniciais
que são o nosso foco, em razão do tema “desfralde”.
Importante salientar que em ambos os teóricos,
as fases não são estanques, isto é, podem coexistir a qualquer momento, possuindo
a criança, portanto, elementos simultâneos de mais de uma fase. Por essa razão,
não há motivo de preocupação se seu filho, por exemplo tem dois anos e não fala
com a mesma fluência do filho de uma amiga. Cada criança tem seu tempo, como
ser subjetivo que é, imersa em contextos muito próprios e com uma história de
vida que é só dela.
Assim,
retornando ao desfralde, vamos as questões. Antes de qualquer coisa, perceba se
seu fiho já está preparado para esse processo. Vale, para tanto, observar
alguns pontos: Se ele já menciona quando está vom vontade de fazer xixi ou
cocô; se mostra-se incomodado quando a fralda está suja; se já caminha sozinho;
se mostra o desejo de usar o vaso sanitário. Todos esses comportamentos são um
indicativo positivo de que já está na hora de iniciar o desfralde.
Percebido
que o momento é ideal para o processo, converse com seu filho e lhe explique a
razão do desfralde. Valem argumentos como: ele terá mais tempo de brincadeira
(quando não tiver que estar tendo a fralda trocada), vai se sujar menos, vai
ganhar mais independência. Nesse ponto, deve-se evitar comparações, ok? Coisas
como “seu amiguinho fulano já tirou a fralda, por que você também não faz?”
“Ele já é um rapazinho/ela já é uma mocinha, você não” são comentários que costumam
não ajudar; a criança poderá se sentir pressionada e ao invés de ser uma tarefa
legal, passará a lhe causar ansiedade.
O
desfralde costuma ocorrer de maneira semelhante para meninos e meninas, tão
semelhante que os meninos costumam, de início, a querer fazer xixi sentados.
Assim, respeite o tempo do seu filho e, quando ele for ganhando mais confiança,
ensine-o a fazer o xixi de pé.
E
o famoso penico, pode ser utilizado? Pode, claro. Tem aqueles com musiquinhas,
mais coloridos que até auxiliam, de maneira mais lúdica, nesse processo à
criança. O que não pode é colocá-lo de frente a televisão, na sala, no quarto,
porque, enfim, penico não é acessório ou brinquedo e a criança precisa
compreender que aquele momento é íntimo, dela, possui uma finalidade específica
e não permite “espetáculo” para terceiros.
Por
fim, se no processo, a criança fizer xixi ou cocô na roupa? É absolutamente
normal; ela ainda está se adaptando a algo completamente novo na vida dela. O
correto é estar sempre atento aos sinais que ela pode dar de que deseja ir ao
banheiro e, quando não sinalizar ou não der tempo, nada de brigar, o clima estressante não será favorável ao sucesso do desfralde, pergunte o porquê de
ela não haver comunicado (ou comunicado a tempo), explique que sempre que isso
ocorrer ela irá sujar as roupinhas dela e mostre o tempo que ela está perdendo
de brincadeira naquele processo de limpá-la.
Estabeleça
rotinas de levar a criança ao banheiro perto dos horários em que ela costumava
fazer cocô, sempre após as refeições também e antes de dormir e ao acordar.
Isso a ajudará a compreender todo o processo e estabelecer uma rotina para si.
Espero que tenha contribuído de alguma forma e
qualquer dúvida, basta enviar uma mensagem no meu email marimenezesilvino@gmail.com
Grande abraço e até a próxima!"
*Marianna atende em Natal-RN como Psicóloga da Clínica Boucinhas e da Metacognitiva.
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