terça-feira, 18 de agosto de 2015

Desfralde - coluna da psicóloga Marianna Menezes



Boa tarde!!
Tema interessantíssimo essa semana e que muitas mamães têm dúvidas e ansiedade a respeito. Vamos saber da Psicóloga Marianna Menezes como conduzir o período do desfralde? 

"Olá, caríssimas leitoras, hoje vamos falar sobre um tema que é interesse para 10 entre 10 mães: O desfralde do seu filho. Muitas questões devem estar perpassando suas cabeças agora: Qual a idade correta de acontecer? Como posso explicar a meu filho? E se mesmo depois da conversa ele fizer xixi ou cocô na roupa? Posso usar penico? A técnica muda se for menino ou menina? E tantas outras perguntas que costumam aparecer nesse período de importante transição. Vamos tentar responder a cada uma dessas questões e, como sempre, coloco-me a disposição para qualquer esclarecimento adicional pelos meus contatos, que estarão colocados ao fim da matéria, ok?
Antes de tudo, importante saber que existem fases do desenvolvimento humano, e que um teórico, chamado Piaget, possui uma classificação ainda hoje bastante estudada e aplicada por profissionais do mundo inteiro. Na infância, há a categorização em 4 “estágios” (nomenclatura utilizada pela teoria piagetiana):


Ainda consoante um outro teórico bastante importante na seara psicológica, Erik Erickson, que sustenta uma Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, este ocorre em oito estágios - que irão contribui para a formação da personalidade do indivíduo – havendo em cada estágio uma “crise”, que será a responsável pela ocorrência desse desenvolvimento. Abaixo segue um quadro com as fases iniciais que são o nosso foco, em razão do tema “desfralde”.


Importante salientar que em ambos os teóricos, as fases não são estanques, isto é, podem coexistir a qualquer momento, possuindo a criança, portanto, elementos simultâneos de mais de uma fase. Por essa razão, não há motivo de preocupação se seu filho, por exemplo tem dois anos e não fala com a mesma fluência do filho de uma amiga. Cada criança tem seu tempo, como ser subjetivo que é, imersa em contextos muito próprios e com uma história de vida que é só dela.
            Assim, retornando ao desfralde, vamos as questões. Antes de qualquer coisa, perceba se seu fiho já está preparado para esse processo. Vale, para tanto, observar alguns pontos: Se ele já menciona quando está vom vontade de fazer xixi ou cocô; se mostra-se incomodado quando a fralda está suja; se já caminha sozinho; se mostra o desejo de usar o vaso sanitário. Todos esses comportamentos são um indicativo positivo de que já está na hora de iniciar o desfralde.
            Percebido que o momento é ideal para o processo, converse com seu filho e lhe explique a razão do desfralde. Valem argumentos como: ele terá mais tempo de brincadeira (quando não tiver que estar tendo a fralda trocada), vai se sujar menos, vai ganhar mais independência. Nesse ponto, deve-se evitar comparações, ok? Coisas como “seu amiguinho fulano já tirou a fralda, por que você também não faz?” “Ele já é um rapazinho/ela já é uma mocinha, você não” são comentários que costumam não ajudar; a criança poderá se sentir pressionada e ao invés de ser uma tarefa legal, passará a lhe causar ansiedade.
            O desfralde costuma ocorrer de maneira semelhante para meninos e meninas, tão semelhante que os meninos costumam, de início, a querer fazer xixi sentados. Assim, respeite o tempo do seu filho e, quando ele for ganhando mais confiança, ensine-o a fazer o xixi de pé.
            E o famoso penico, pode ser utilizado? Pode, claro. Tem aqueles com musiquinhas, mais coloridos que até auxiliam, de maneira mais lúdica, nesse processo à criança. O que não pode é colocá-lo de frente a televisão, na sala, no quarto, porque, enfim, penico não é acessório ou brinquedo e a criança precisa compreender que aquele momento é íntimo, dela, possui uma finalidade específica e não permite “espetáculo” para terceiros.
            Por fim, se no processo, a criança fizer xixi ou cocô na roupa? É absolutamente normal; ela ainda está se adaptando a algo completamente novo na vida dela. O correto é estar sempre atento aos sinais que ela pode dar de que deseja ir ao banheiro e, quando não sinalizar ou não der tempo, nada de brigar, o clima estressante não será favorável ao sucesso do desfralde, pergunte o porquê de ela não haver comunicado (ou comunicado a tempo), explique que sempre que isso ocorrer ela irá sujar as roupinhas dela e mostre o tempo que ela está perdendo de brincadeira naquele processo de limpá-la.
            Estabeleça rotinas de levar a criança ao banheiro perto dos horários em que ela costumava fazer cocô, sempre após as refeições também e antes de dormir e ao acordar. Isso a ajudará a compreender todo o processo e estabelecer uma rotina para si.

Espero que tenha contribuído de alguma forma e qualquer dúvida, basta enviar uma mensagem no meu email marimenezesilvino@gmail.com

Grande abraço e até a próxima!"

*Marianna atende em Natal-RN como Psicóloga da Clínica Boucinhas e da Metacognitiva.

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